Ninguém tem tudo o que deseja. Nós, meros seres humanos frente à imensidão do universo, possuímos essa peculiar e desastrosa característica: desejar mais do que podemos alcançar. E essa é a causa de tanto sofrimento, tanta revolta, desilusão e decepção. Somos o que podemos ser, não o que queremos ser.
Nossa preocupação em parecer algo maior faz com que a essência do ser humano (a ação, não a espécie) fique abandonada em algum canto do coração. Todos temos algo a esconder, um ponto fraco que nos faz desmoronar. E pensando em nossos vícios e virtudes, admiti a hipótese do saldo.
Vivemos em um estado de estabilidade, no qual coisas boas e coisas ruins acontecem todos os dias. Por vez ou outra, acontecem mais coisas boas do que ruins ou vice-versa. Mas isso é passageiro. Existe um ponto de equilíbrio entre tudo isso, enfim, como a lei da ação-reação, aquilo que um dia acontece de pior, no outro acontece de melhor. Uma força além da minha compreensão que não te deixa ser puxado para um extremo ou outro. Sendo assim, o zero é uma resposta para nós. Pelo menos uma hipótese. Bem forte, ao meu ver. Tudo de positivo terá um contrapeso negativo.
As emoções, razões, resultados se balanceiam de modo que, ao final, encontrem-se no saldo zero. Devemos aceitar essa condição, esse meio termo que nos deixa tão inseguros? Não sei. Mas há boas razões para acreditar que tal condição existe. Entre o otimismo e o pessimismo, fico com o realismo de que as coisas vêm e vão numa dinâmica que altera o rumo das nossas vidas diariamente. A vida tem de prosseguir e talvez seja melhor mantermos a crença de que, ao final de tudo, teremos bons motivos para sorrir. Alguns a mais do que para lamentar.
@Gui_Lorenz
"Vivemos em um estado de neutralidade"
ResponderExcluirTotalmente excelente amigo!