sexta-feira, 26 de abril de 2013

À Beira do Caminho

"Ser ou não ser, eis a questão" 
A famosa reflexão shakespeariana  mostra-se atemporal no sentido mais cru da vida: ser humano. Há uma grande diferença entre ser e existir. Uma pedra existe enquanto que um homem é. Mas isso não impede o ser humano de existir apenas.

Recentemente vi o lançamento de uma moeda para o alto. Por alguns segundos ela deixou de existir e passou a ser o centro das atenções. Todos olharam a demorada subida e a rápida descida daquele pequeno ponto material dividido em duas faces: cara ou coroa; ser ou não ser.

E a vida assemelha-se àquela moeda. Uma subida demorada é metáfora da grande batalha que travamos todos os dias. Mas logo depois, a rápida descida soa como o ato de desistir. Uma queda, um tropeço. Você é por um tempo, mas existe na maioria do mesmo. És mais um no meio da multidão. Quantos já se perderam por não saber lidar com essas questões existenciais?

Parece que cada vez mais, as pessoas estão preocupadas em "parecer". Com o perdão do pleonasmo, parece (..) que talvez não haja alguém plenamente feliz. As tentativas em se encaixar, em parecer alguém que queria ser de verdade te tornam mais e menos satisfeito contigo mesmo. Mas então o que somos nós? Somos fingidores. Que atire a primeira pedra aquele que nunca mentiu para ser melhor aceito.

E assim seguimos nossos rumos. É muito mais difícil se estás sozinho, por isso continuaremos caminhando. Para é ficar sentado à beira do caminho, esperando que algo (ou alguém) te lembre de ser e não apenas existir.

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