segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Vícios e Virtudes - Abalo na Rua Beckford

Capítulo I- Abalo na Rua Beckford

Naquela noite Patrick deitou-se em sua cama e começou a pensar no seu dia. na sua tarde agitada. Nas dúvidas que fervilhavam sua cabeça. Em Anastazia, seus olhos verdes. Mas, acima de tudo, na senhora atacada. Depois do misterioso e agoniante grito de dor, Patrick correu para socorrê-la.
-A senhora está bem?
-Não, está doendo muito.
-O que houve?- insistiu o garoto
-Um homem. Bonito. Elegante. Andava sutilmente e ...- E subitamente, o brilho do seu olhar sumira como o anoitecer daquele inverno.

Todos os Petrov, e Mrs. Fletcher estavam aterrorizados. O ferimento, que há pouco, parecia não ser grave havia aumentado consideravelmente durante o minuto em que Patrick conversou com a vítima. E isso, ele não conseguia esquecer. Depois disso, sentiu-se culpado por perguntar primeiro e tentar socorrer depois. A polícia, as sirenes, os investigadores. Nada disso havia importância. Só a vida daquela pobre senhora poderia resgatar Patrick daquela amargura que sentia.

Demorou para Patrick conseguir pegar no sono. As imagens iam e vinham na sua cabeça e na última vez que olhara para o relógio, 3:27 AM. mais novamente o garoto foi acordado. Desta vez, batidas fortes na janela do seu quarto. Correu para ver o que era. Com cuidado, arratou as barulhentas janelas de madeira e viu no outro lado seu amigo Charlie, suado e aparentando cansaço.
- O que aconteceu irmão?
-Me deixa entrar, pelo amor de Deus.
-Vem, entra rápido.
E assim ele fez, sentando numa velha poltrona cujo assento estava rasgado. 
-Agora pode me explicar?- insistiu Patrick
-Tava fazendo uns negócios, mas não deram muito certo. Aí resolvi passar aqui.
-Que tipo de negócios?
-Assuntos de família.
-A essa hora?
-Minha família dorme tarde.
Patrick percebeu que não adiantaria em nada continuar perguntando sobre a misteriosa chegada do amigo.
-Aconteceu uma coisa esta tarde. Preciso dividir com um amigo.
-Aquela mulher? retrucou Charlie
-ISSO, como soube? (Charlie morava há alguns quarteirões de Patrick. Não era possível que em menos de 12 horas, o amigo soubesse daquilo).
-É, eu.. estava pensando e...-Charlie ficou sem palavras por um instante - Não importa, quer acender um?
Tirou uma caixa de cigarettes vindos de Dublin. Patrick estava nervoso. E, quase automaticamente aceitou para tentar esquecer o dia horrível que tivera.

Pela janela, agora com apenas o vidro fechado Charlie viu uma bonita adolescente atravessar a rua sozinha e correr rumo a mansão da família Petrov. 
-Quem é ela?
-Anastazia!- disse Patrick surpreso. -São mais de 5 da manhã e ela estava na rua até essa hora. 
-Quem?
-Minha nova vizinha. Não sei muito sobre ela. Mas parecia tão indefesa quando a vi hoje de tarde. Tenho receio de saber o que ela fazia durante a noite. 
E mais uma vez o sossego da Rua Beckford não era o mesmo para Patrick.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Vícios e Virtudes - Piloto

Irlanda, 1968
Fazia frio no Condado de Waterford, e a brisa gelada que vinha do sul fazia com que quase ninguém saísse de casa. Charlie, garoto de 17 anos, cabelo à altura do ombro, calça preta e camisa rasgada vivia o ápice de suas dúvidas. Seus pais eram quase estranhos para ele, e seu refúgio como o de muitos outros jovens era no, agora popular, cigarro. Fazia amigos na mesma proporção na qual fazia fumaça. Jovens que viviam a pressão de 2 décadas de Guerra Fria e nesse período sendo esmagados por tanta informação nos veículos de massa. Reprimidos pelo governo, exaltados pela esperança de mudar o mundo. Na tarde de 12/03 daquele ano, Charlie era esperado por amigos na casa de um deles, Patrick. Porém não compareceu ao encontro e nem justificou sua ausência.
-"Tinha coisa melhor pra fazer", disse ele no dia seguinte. -"Que tipo de coisa, posso saber?", retrucou Patrick. --"Não te interessa" disse Charlie, -"Vá cuidar da sua vida, e me deixe quieto".

Ninguém insistira no assunto, pois algo diferente havia acontecido no pacato condado. Uma família, "os Petrov" se mudaram para a R. Beckford, 221 (mesma rua da casa de Patrick) naquela tarde. Isso agitara a vizinhança e, ao mesmo tempo, atiçava a curiosidade. Não era uma simples casa para o padrão irlandês da época. Construiu-se uma mansão luxuosa, a qual ninguém atrevera-se a invadir a propriedade. Era cercada de muros altos e parecia muito bem protegida. A mãe de Patrick, Mrs. Fletcher fizera um Boxty, comida típica da região, para dar aos seus novos vizinhos como um presente de boas-vindas. O jovem, à contragosto, acompanhou sua mãe e fora entregar o prato.
-"Querido, seja gentil e educado com a família. A primeira impressão é muito importante", acrescentou ela.
-" Só não me chame de querido na frente deles que já será uma puta gentileza para mim mesmo", retrucou o jovem.

E saíram, andaram cerca de 30 metros e chegaram perto do portão principal.
"DING DONG", soou a campainha dos Petrov.
A porta abriu-se e, uma senhora loira veio lhes receber. "Boa tarde, em que posso ajudá-los?"
Mrs. Fletcher respondeu, "Olá, sou sua vizinha. Este é Patrick meu filho. Vim lhe trazer este Boxty", exclamou.
-"Ah, muito obrigada. Sou Vera Petrov, prazer em conhecê-la. Vou trazer meus filhos para a senhora conhecê-los". Aproximaram-se dois garotos, que foram apresentados com Vitaly e Michael. Logo depois, uma linda garota chegou e se apresentou como Anastazia. Olhos verdes, cabelo loiro. A típica menina dos sonhos. Um rápido cumprimento ocorreu, mas antes que qualquer outra palavra fosse dita um grito irrompeu o sossego da Rua Beckford.
-"AAAAAAAAAAH", gritou uma senhora de meia idade que fora atacada por algo ou alguém que não estava mais na rua. Seus pulsos estavam sangrando, assim como sua perna esquerda. Algo muito estranho acontecera ali, e a paz daqueles moradores não retornaria a ser a mesma.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sobrevivente de Abraço

Moleque desajeitado
Às vezes envergonhado
Com a franja de lado
Tênis surrado,
Uniforme zoado
Mas sempre esforçado
E nunca desejado
Sentia-se rejeitado
Tipo PC Siqueira
Correndo atrás do Sonho
Mesmo falando que era besteira

Cabelo liso
Óculos torto
Estilo Harry Potter
Só que com mais conforto
Tirado pelo outro
Que se achava o bambambam
O mundo girou
Agora ele é meu fã
Sou Guilherme Oliveira e tenho até Ray Ban

Tímido, mas nem tanto
Sentado no meu canto
A guria observa
Se perde naquele encanto
Mando bem no discurso
Tipo Barack Obama
"Yes, we can!"
Mas USA tá na lama meu bem
Parece um porco sujo
Que nem o dito cujo
Que me desrespeitou
E agora se enconde,
Estilo caramujo

Mas achei meu espaço
Sem ter que malhar o braço
Muito prazer,
Sou sobrevivente de abraço
Estilo Patch Adams
Inteligente, engraçado
Posso olhar pra frente
Mas com o gosto amargo do passado.

@Gui_Lorenz

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Meia Noite e Algo Mais

Será que tu já foste atrás do seu sonho?
Será que tu já tentaste realizar tua utopia?
Será que tu já pensaste em como cativas?
Será que tu correste atrás daquilo que queres?

Não sou nenhum conselheiro
Mas pare e olhe para si
Tu já decepcionaste alguém que te fez sorrir?

Já passa da meia noite
Olhe para as estrelas
Cada uma que brilha no céu
É um olhar que te admiras

Tu cativas como nenhum outro alguém
A estrela-guia da vida de muitos
E, quem sabe, no futuro
Pode ser da minha vida também

Só lhe peço um favor
Antes deste acabar
Eu sei que tu também ama.
E se a estrela parar de brilhar
Guria, por favor me chama.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Zé Arredio

Meu dia vai chegando
Confiança transbordando
Me apoio nessa faixa
Te deixo de cabeça baixa

Se tudo que vai volta,
Melhor tu andar com escolta
Se acha o zé arredio
Modéstia às vezes é bom tio

Se precisar te levo em Marte,
Roupa colorida, tipo Família Restart
Vai aprender a viver sozinho
Trilhar o próprio caminho
Se esconde na lotação
Necessitado de atenção

Se acha o melhor do mundo
Tipo César Polvilho,
Só que sem talento nenhum,
Vai estudar meu filho
Larga de ser vagabundo,
Raimundo,
Pára de sentar no fundo
E de se contentar de ser sempre o segundo

Busque a liderança,
Tipo Ayrton Senna
Que venceu na França
Pra ter confiança plena

Não esquenta neguim,
Infelizmente esse aqui não é o seu fim
Vai me escutando assim,
Enquanto porta aquela marca chinfrim

É meu rap de auto-ajuda,
Guardado no baú
Se não gostou meu amigo,
Pode ir tomar no seu c..

Meu dia vai chegando,
Confiança transbordando
Me apoio nessa faixa
Te deixo de cabeça baixa...

@Gui_Lorenz